terça-feira, outubro 7

O Espiritismo e nossa consciência

Hugo Alvarenga Novaes

Uma das principais características do Espiritismo é, como disse Jesus, “a cada um será dado segundo suas obras” (Mateus 16, 27), fato confirmado por Paulo, que falou: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (II Coríntios 5,10).
Estes versículos bíblicos, Mateus 16,27, e II Coríntios 5,10, ficam gravados na consciência dos verdadeiros espíritas, pois eles sabem que os efeitos de seus atos serão o que lhes acontecer amanhã. Em outras palavras: colherão os frutos do plantio atual, ou seja, estão certos de que “toda causa tem sua conseqüência”, conhecem a lei de “Ação e Reação.” Assim, os atos que alguns profitentes da Doutrina Espírita executam são mais bem pensados, pois os seus adeptos sabem que seu plantio de hoje será sua colheita futura. Outra coisa, as boas obras que praticarem (que no fundo beneficiarão a eles mesmos) não invalida de forma alguma os malfeitos que porventura realizarem.
Este raciocínio confirma as palavras que o Cristo falou no célebre Sermão da Montanha, quando ao pé do monte proclamou: “Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil” (Mateus 5,26).
Porém, para a maioria dos sectários de outros credos, o que mais vale, é a fé, não as obras.
Imaginem: um homem, durante toda sua vida, rouba, estupra, mata, não respeita ninguém, não crê em nada, aí, quando está velho, arrepende-se, passa a freqüentar assiduamente uma religião e morre de repente, dentro da igreja em que ia, com a sua Bíblia nas mãos. Pronto! Segundo alguns, ele vai direto para o céu. Os crimes que cometeu antes não serão levados em conta. Nesse momento esquecem-se que pagaremos pelos nossos feitos por mínimos que sejam; isso está em Mateus 5,26. Sequer recordam-se de Tiago que disse: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tiago 2,20).
Temos ciência de que tanto no Espiritismo, quanto em outras religiões, existem ladrões, assassinos, etc., como também há homens que são verdadeiramente bons.
Mas convenhamos: de forma geral é muito mais fácil seguir uma outra religião do que a Doutrina Espírita. Especialmente aquelas que não têm compromisso algum, nem com a própria consciência. Basta ir sempre à igreja que, principalmente para ela mesma, o “Reino do Céu” será seu destino quando morrer. Ao contrário do verdadeiro espírita que sabe ser o seu futuro inevitavelmente conseqüência dos atos atuais. Ele tem certeza de que, como diz o trecho bíblico, “Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver semeado” (Gálatas 6,7).

http://www.oclarim.com.br/?id=7&tp_not=1&cod=305

1 comentário:

Tentativas Poemáticas disse...

madalena
Conheci verdadeiros Espíritas. Há muitos anos atrás. Hoje procuro-os e não os encontro. Ou melhor, degladiam-se pela presidência dos Centros.
Quando me perguntam o que é um Espírita costumo dar como exemplo: Viajo no Metro e ali ao meu lado está uma linda mulher com o seu filho ainda criança. O combóio faz uma travagem brusca e eu apercebo-me que a criança vai embater com a boquinha no varão.
Ponho o meu braço à frente e amorteço a pancada. Ninguém se apercebeu. Não me aproveitei para meter conversa (como bom macho latino) com aquela beldade, a mãe do menino. Saio da carruagem e sinto-me feliz comigo próprio, incógnito...
Abraço fraterno.
António