sábado, agosto 16
Vivaldi e As Quatro Estações
Vivaldi, um dos maiores talentos do período barroco. Apesar da fama de que gozou em vida, foi logo esquecido com o advento do classicismo. Seus originais, encadernados após sua morte em 27 volumes e vendidos a particulares, foram redescobertos na década de 1920. Antonio Lucio Vivaldi nasceu em 4 de março de 1678, em Veneza. Em 1703, aos 25 anos, ordenado sacerdote, tendo abandonado a batina um ano depois. Foi nomeado mestre de violino do Ospedale della Pietà, instituição veneziana que acolhia crianças abandonadas, famosa por seu conservatório musical.
Compôs a maior parte de suas obras para os grupos musicais da instituição e assim consolidou sua reputação como compositor e maestro.
O amor à arte e a coragem em romper as regras vigentes na sociedade veneziana do final do século 17 e início do 18, certamente, foram as marcas principais na trajetória de Vivaldi. Suas melodias agradavam a minoria intelectual e despertavam interesse em pessoas que, até então, se mantinham distantes da música.
A partir de 1713, o diretor do coro do Ospedale deixou seu posto e a Vivaldi foi encomendada música vocal sacra. O compositor criou mais de trinta cantatas, oito motetes e um Stabat mater. No mesmo ano, sua primeira ópera, Ottone in villa, foi produzida em Vicenza. De 1718 a 1720, Vivaldi trabalhou em Mântua como diretor musical e compôs várias óperas. A década de 1720 correspondeu ao auge de sua carreira. Novamente radicado em Veneza, forneceu obras instrumentais para toda a Europa.
A música instrumental do barroco tardio deve a Vivaldi muitos de seus elementos característicos. De sua obra conservam-se quase 500 concertos, compostos na maior parte para um instrumento solista, orquestra de cordas e contínuo. Destacam-se as coleções L'estro armonico (1712), La stravaganza e Il cimento dell'armonia e dell'inventione (1720), que inclui os concertos conhecidos como Le quattro stagioni (As Quatro Estações).
As Quatro Estações é a mais famosa obra de Vivaldi. Na verdade, elas fazem parte de 12 concertos denominados O diálogo Entre a Harmonia e a Criatividade. Nessa série, se acentua a tendência ao sentido pitoresco que resulta na tentativa de se expressar, musicalmente, fenômenos da natureza ou sentimentos, como a primavera, o verão, o outono e o inverno.
A partir de 1729, parou de publicar suas obras, por perceber que era mais lucrativo vender os manuscritos a compradores particulares. Na década de 1730, seguiu-se o declínio. Vivaldi morreu em Viena, em 28 de julho de 1741. Seus concertos foram tomados como modelos formais por vários compositores do barroco tardio, inclusive Bach, que transcreveu dez deles para teclados.
Obras de Vivaldi
Mais de 500 concertos destinados a quase todos os instrumentos: viola, violino, violoncelo, flauta transversa, oboé, fagote, cravo, clarinete, alaúde, órgão, empregues individualmente ou agrupados (210 dos quais para violino ou violoncelo solo).
94 óperas - a qualidade das suas melhores óperas é no entanto insuperável no seu género. As árias são autênticos "concertos para voz", e os recitativos riquíssimos e expressivos, com grande modelação cénica. De entre os seus trabalhos operáticos destacam-se as seguintes obras: "Orlando Furioso", "Catone in Utica" (da qual Vivaldi só compôs dois actos), ou "Farnace", entre outras.
23 Sinfonias,
73 sonatas,
Música de câmara,
Música sacra (oratorio Juditha Triumphans, composta para a Pietá; dois Gloria; Stabat Mater; Nisi Dominus; Beatus Vir; Magnificat; Dixit Dominus e outros).
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