segunda-feira, agosto 18

História de Adolfo Bezerra de Menezes

História de Adolfo Bezerra de Menezes na telona
Filme de Glauber Filho e Joe Pimentel conta a história de Adolfo que era conhecido como o médico dos pobres

Redação EM Cultura


O médico Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900) foi um dos mais importantes cidadãos brasileiros do século 19. Se poucos no século 21 conhecem seu nome, é por dois motivos. Primeiro, porque somos um país que se importa pouco com sua própria memória. Segundo, porque, da mesma forma como ocorre quanto à questão étnica, em que fingimos não ser racistas numa sociedade nitidamente dividida por raças, também na questão religiosa pretendemos ser tolerantes mas freqüentemente torcemos o nariz para quem não comunga de nossas crenças. E para os católicos e evangélicos de plantão, que predominam por aqui, Bezerra de Menezes cometeu um pecado imperdoável: além de ter aderido ao espiritismo, contribuiu, e muito, para que o Brasil se tornasse o país com a quarta maior população espírita do mundo. O filme Bezerra de Menezes – O diário de um espírito, dirigido pelos cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel, tem a pretensão de preencher parte dessa lacuna em nossa memória coletiva. Bezerra de Menezes tem pré-estréia segunda-feira (18/08), às 21h, no BH Shopping, com a presença do diretor Pimentel, do ator Carlos Vereza e do produtor executivo Luís Eduardo Girão.

Videochat: converse sobre o filme com Carlos Vereza nesta segunda-feira (18/08) às 17h no Portal UAI

Bezerra de Menezes participou de boa parte das tentativas de transformação do Brasil em um país desenvolvido ainda no século 19. Era chamado de “médico dos pobres” por sua opção profissional pelos excluídos, numa ação que muitos vêem, hoje, como um embrião de programas de medicina social e comunitária. Na vida política, defendeu causas como o abolicionismo e se posicionou freqüentemente contra a estrutura conservadora que garantia aos latifundiários o controle do Brasil rural. Nos negócios, fez parte da geração que acreditou na ferrovia como caminho possível para a integração do país. Em 1875, conheceu O livro dos espíritos, de Allan Kardec, fundador do espiritismo, que morrera poucos anos antes, e dedicou-se a estudar e divulgar aquela doutrina.

O diário de um espírito junta a reconstituição da biografia de Bezerra de Menezes a elementos documentais, unidos pela narrativa em off extraída de textos do próprio biografado – inclusive o célebre discurso em que o médico assumiu publicamente sua adesão ao espiritismo. A elaboração do roteiro partiu de intensa pesquisa sobre Bezerra de Menezes, conduzida por Luciano Klein (biógrafo do médico) e a roteirista Andrea Bardawill. Às vésperas da realização do filme, outro problema ligado à falta de memória brasileira se apresentou aos produtores: encontrar interiores do século 19 intactos o suficiente para permitir que a reconstituição de época do filme convencesse os espectadores.


BEZERRA DE MENEZES – O DIÁRIO DE UM ESPÍRITO
Pré-estréia segunda-feira, às 21h, no BH. Lançamento previsto para o dia 29.

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