quarta-feira, agosto 20
Breve História do Arctic Sunrise
22 de Junho de 2005
GreenlandO navio da Greenpeace MY Arctic Sunrise durante uma tour na Gronelândia. O navio deslocou-se a esta região para documentar e apoiar investigações científicas sobre os impactos e consequências das alterações climáticas.
Talvez por ironia, ou quem sabe justiça poética, antes de juntar-se à frota da Greenpeace, em 1995, o quebra-gelo Arctic Sunrise era um navio utilizado na caça às focas.
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Aproximadamente uma década mais cedo, em 1986, a Greenpeace havia pela primeira vez confrontado o navio, que à época chamava-se Polar Bjorn, enquanto este fazia a entrega de equipamentos para a construção de uma pista de aterragem que possibilitasse a exploração de petróleo e de reservas minerais pelo governo francês. A pista seria construída dentro de uma reserva de pinguins na Antárctica. Na Tasmâmia, um activista escalou o mastro do Polar Bjorn, içou a bandeira da Greenpeace e acorrentou-se ao cesto da gávea. Era um presságio do que estava por vir.
Posteriormente, todo o continente Antárctico foi declarado parque mundial, e a exploração mineral e petrolífera foi banida da região. Para o governo francês, o Arctic Sunrise já não era de qualquer utilidade. Para a Greenpeace, sim.
A vida do Arctic Sunrise junto à Greenpeace começou com a campanha para o fim do descarte de instalações petrolíferas no mar. Lançados do navio, activistas da organização ocuparam a reserva de petróleo Brent Spar, localizada no Mar do Norte, para evitar que a instalação de 14.500 toneladas fosse afundada. A acção, que integrava a campanha para a eliminação do descarte oceânico, colocou a Greenpeace contra as forças do governo britânico e da maior empresa de petróleo do mundo à época.
Desde sua acção inaugural, o Arctic Sunrise tem lutado em muitas campanhas. Já investigou a poluição de plataformas de petróleo no Mar do Norte, perseguiu embarcações piratas que pescavam ilegalmente no Oceano Índico, confrontou poluidores no Mediterrâneo, e no Pacífico colocou-se na rota de um míssil que estava a ser testado para o “Guerra das Estrelas”, sistema de defesa dos EUA.
Durante o outono passado, no oceano Antárctico, o Arctic Sunrise foi deliberadamente atacado e danificado pelo Nisshin Maru, o navio-fábrica da frota baleeira japonesa, duas vezes mais longo e seis vezes mais pesado que o navio da Greenpeace. O impacto deixou o Sunrise abalado e danificado, mas felizmente nenhum membro da tripulação ficou ferido.
Fazendo jus ao nome, o Arctic Sunrise tem passado muito tempo a navegar nas regiões polares. Fez diversas viagens ao Mar de Beaufort, no Oceano Árctico, para confrontar os testes para a criação de novas reservas de petróleo, e documentou as alterações climáticas tanto no Alasca quanto na Groelândia.
Em 1997, tornou-se o primeiro navio a circunavegar a Ilha James Ross, na Antárctica, no que fora uma jornada impossível até que um bloco de gelo de 200 metros de espessura, que ligava a ilha ao continente Antárctico, veio abaixo. Mais um sinal das alterações climáticas que o Arctic Sunrise ajudou a documentar.
Agora, após quase três meses no Mediterrâneo a denunciar actividades destructivas e a documentar as áreas marinhas que necessitam de protecção, o Arctic Sunrise está a aproximar-se de águas portuguesas. Em breve, este navio que já fez tanto por nossas campanhas, estará aqui para divulgar a campanha de mercado de peixe da Greenpeace em Portugal, em mais uma luta para ajudar a salvar os nossos oceanos.
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