quinta-feira, julho 24

Onde encontrar a… felicidade?

Era uma vez um menino, um homem adulto e um senhor o qual carregava sobre os ombros as dificuldades do peso dos seus já muitos anos de vida. Cada qual cumpria o seu trabalho e levava as suas Incumbências o melhor que sabia ou podia. Tinham eles várias coisas em comum. Mas uma, muito em especial, era mesmo o desejo de todos por igual, como naturalmente também o de muitas outras pessoas que não falam nem se exteriorizam com quaisquer sinais.
É suposto que já todos desvendaram o objectivo do tal desejo que é um segredo, convenhamos, difícil de encontrar. E um tesouro bem escondido no mais íntimo da vida de uma sociedade que não se dá ao trabalho de descer até a esse esconderijo onde encontraria o poder de adquirir um bem maior que o simples desenrolar pachorrento e cansado das vicissitudes do mundo.
Bem poderia eu revelar já para onde quero levar estas minhas congeminações mas vou protelar, por mais algumas linhas, o meu pensamento.
Por isso e para isso vou, aqui, recontar uma pequena historita a qual contem sentido curioso e que serve, às mil maravilhas, para ilustrar o meu objectivo.
Pois era um pobre diabo, como muitos e, talvez eu, que, todas as semanas, se dirigia à Igreja da aldeia e, pondo-se em posição de orante convicto, pedia: "Senhor, faz o milagre de sair o totoloto". Voltava na semana seguinte e repetia: "Senhor, faz o milagre de me sair o totoloto". E continuou, ininterruptamente, por muito tempo, a formular tal ambição. Um dia, porém, pareceu-lhe ter ouvido, em palavras muito claras, isto: "Preenche, ao menos uma vez, o boletim "
Vamos, agora, imaginar que os boletins que servem para acertar em números e, daí, em dinheiro traziam nas quadrículas os lugares e circunstâncias que indicavam onde se conseguia encontrar a felicidade a qual toda a gente, entre novos e mais idosos, procura.
Amigo, então, põe a cruzinha nas quadrículas respectivas e vê se acertas. Como título, o boletim tem: "Onde se encontra a felicidade ?"As secções são de grande dimensão e dizem, indiscriminadamente: "A felicidade está no dinheiro, está no trabalho, nos cartões de crédito do Banco; está na família, na escola, no convívio, na orgia, no divertimento, no carro, na mulher, no homem, nos filhos, nos país, no Idoso, na saúde, na doença, nos passeios, no teatro, no cinema, nas férias, nos fins de semana, no descanso, no lazer, na malandríce ou preguiça, na asneira, no desprezo, no amor sério, nas lígações ilícitas e imorais, na droga, no álcool, na morte, na vida, na luz, na escuridão, na Igreja, na oração, na leitura, nos amigos, nos adversários, na praia, no campo, na pobreza, na riqueza, nas boas palavras e atitudes, no desprezo pelos outros, no jornal, na televisão, nas novelas, nas comezainas, na política, no futebol e nas suas discussões, em outros jogos, na pesca, na caça, no engano ao semelhante, no Domingo, na semana, no país, no estrangeiro, na crítica destrutiva e verrinosa, no despender de tempo em favor da comunidade, na seriedade, na mentira, na má língua, na coscuvilhice, no lucro fãcil, na ganãncia, no pôr o pé em cima do pescoço do próximo, na fé, na paciência, na firmeza do testemunho, em Deus, em Jesus Cristo, em Maria Virgem, no diabo, no consumismo, no egoísmo, em astrologia, horóscopos, futurologia, espiritismo..
Ficam mais uma ou duas quadrículas em branco para que sejam procuradas outras fontes de felicidade as quais eu não descubro.
Amigo leitor, como reparas, as hípóteses são varíadíssimas e bem diversíficadas. Que escolhes ou escolheste? Não esperes pelos resultados numa qualquer semana mais próxima. Vê já quais foram os frutos alcançados. Repara se te embrenhaste no fundo do esconderijo que está em ti mesmo e responde se encontraste a tua verdadeira felicidade. Como vês, isso está ao alcance dos teus dedos. Basta que medites nas coisas e escolhas as que achas com mais solidez.
Preencheste o teu boletim e podes não correr o risco de ficar com os bolsos vazios.
A felicidade deverá andar por aí algures. Então põe-te atento e, quando a vires passar, agarra-a bem segura e não te arrependes nunca por, mesmo com dificuldade e perigo de seres apontado, teres buscado a tua felicidade e, talvez, a dos outros que acreditam ou querem acreditar em ti.

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