Apoio aos órfãos: Activistas pedem mais intervenções em Chibabava
17-Jun-2008
Actividades de algumas associações que se dedicam ao apoio às pessoas desfavorecidas no distrito de Chibabava, em Sofala, dizem-se pressionados devido ao elevado número de crianças órfãs e vulneráveis. Segundo relataram ao nosso Jornal, cada dia que passa há novos registos de petizes sem pais que vivem em condições deploráveis. Devido a muitas enfermidades, algumas das quais relacionadas com o HIV/SIDA, muita gente morre em Chibabava. Afirmam ainda os activistas que um adulto quando morre deixa em média cinco órfãos sem nada para comer e muito menos com capacidade para estudar.
Adozinda Murive, activista do projecto Mponessi, disse ao nosso Jornal haver a necessidade de estender as intervenções para mais zonas, como também aumentar o número de activistas. Desta maneira, segundo contou poderá reduzir a pressão que muitos sofrem tanto pelas próprias crianças, como também pelas famílias substitutas.
Secundando Adozinda, Tambachavita Timóteo, também do mesmo organismo, disse que na zona onde trabalha, em Nhango, em Chibabava, de semana em semana recebe listas de crianças órfãs. “ Porque eles sabem que sou activista, muitos idosos praticamente sem meios aparecem para me responsabilizarem os netos, cujos pais perderama a vida devido a várias doenças”.
Para Timóteo, é estranho como as pessoas morrem nos últimos tempos. “No mês passado eu tinha perto de 200 criaças órfãs registadas, mas agora apareceram-me mais. Nós temos feito um trabalho quase interminável, quando se pensa que se vai descansar surge outro, é que trabalhar com este grupo é preciso também muita paciência”.
Maria de Lurdes Mboana, coordenadora do ComuSanas, organização que superintende o projecto Mponessi, disse que em face da pressão que os activistas vem passando nos últimos tempos, está-se a estudar junto dos doadores, neste caso a UCM e projecto Care, no sentido de aumentar o número de activistas no distrito.
“Neste momento estamos a assistir crianças cujo levantamento foi feito com os activistas em coordenação com as autoridades locais. Também está-se a proceder o levantamento”.
A nossa interlocutora que afirmou estar a trabalhar com a doação da UCM, referiu também que para além de apoio às crianças com chapas-de-zinco, alimentação, vestuário e outra ajuda, os activistas envolvem-se igualmente em encaminhar os doentes crónicos para as unidades hospitalares.
“A pressão reside pelo facto destes para além de assistir as crianças órfãs, também procuram persuadir as pessoas a fazerem testes, encaminhar para unidade sanitária em caso de doenças. Neste momento temos cerca de 2000 pessoas que foram conduzidas para as unidades sanitárias”, disse para depois sublinhar que a situação de crianças órfãs no distrito de Chibabava é preocupante.
Anabela Santiago, administradora de Chibabava, disse que para além do ComuSanas, que trouxe o projecto Mponessi, no distrito, o governo distrital através do sector de Acção Social tem trabalhado no sentido de minimizar o sofrimento dos petizes. Reconheceu no entanto, que o referido projecto tem estado a minimizar o sofrimento das crianças órfãs e vulneráveis naquele ponto da província.
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