terça-feira, setembro 11

Gitai devolve complexidade ao Oriente Médio






Tudo sobre a Vida























INÁCIO ARAUJO - CRÍTICO DA FOLHA









Para o israelense Amos Gitai, o cinema é antes de tudo um modo de promover o diálogo entre povos do Oriente Médio.Dito assim, soa clichê.










Assistindo a "Free Zone" (TC Cult, 18h30), a diferença será evidente.










No clichê, a idéia de diálogo parte da idéia da imagem como linguagem universal e tal e coisa, mas esconde que essa linguagem tende a impor uma visão das coisas em detrimento de outras.O esforço de Gitai, quando fala de diálogo, é exatamente o inverso: trata-se de restituir à situação no Oriente Médio sua complexidade, a pertinência das várias linguagens que ali se engalfinham.Com isso, abre-se a possibilidade de os povos envolvidos no conflito se reconhecerem, isto é, se admitirem, verem no outro o direito à vida.Será que o cinema vai conseguir isso? Eu, muito pessoalmente, não boto a menor fé.










Mas a beleza das coisas não está, o mais das vezes, em existirem, mas em serem concebidas. Então vamos nessa que o filme é lindo.





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