"Esse negócio de ator é muito difícil".
Assim Martinho da Vila resume a sua incursão pela dramaturgia.
O cantor e compositor faz a sua estréia no cinema em "A Magia do Samba", de Teddy Hayes.
O filme está em cartaz na mostra Expectativa, do Festival do Rio, e será exibido em sessão de gala nesta quarta-feira, 26, no Odeon, na Cinelândia.
O longa-metragem conta cinco histórias que acontecem durante o carnaval de Nothing Hill, realizado em agosto, e foi todo rodado em Londres.
Em entrevista ao EGO, Martinho da Vila conta detalhes de sua experiência e revela: apesar da estranheza, não pretende deixar o cinema tão facilmente. POR Florença Mazza
01.
Como surgiu a idéia de fazer um filme?
O Teddy me conhece há uns três anos, por causa de minha música, e me convidou para fazer um filme. A idéia inicial era fazer um filme sobre mim, mas eu não quis. Então ele resolveu falar sobre os imigrantes e aí eu topei, mas ainda assim ele correu um risco danado.
A idéia inicial era fazer um filme sobre mim, mas eu não quis .
A idéia inicial era fazer um filme sobre mim, mas eu não quis .
02.
Por quê?
Por causa de sua inexperiência no cinema? Não, porque eu disse que se o resultado não ficasse bom o filme não seria lançado. Começamos a gravar há dois carnavais, durante o evento em Notting Hill. E, apesar de ainda não ter visto a última edição, fui eu que aprovei o filme, que o Teddy trouxe para eu ver em um laptop aqui no Brasil.
03.
E qual a sua participação no filme?
É uma ficção na qual eu interpreto o Martinho da Vila. Eu desenvolvi o enredo e fiz o samba para a escola Paraíso Samba School, que já existe e desfila no carnaval londrino.
04.
Além de atuar, o senhor desenvolveu a trilha sonora do longa?
Sim, as músicas e os arranjos foram todos feitos por mim e pela minha banda aqui no Brasil.
As versões em inglês de algumas canções foi o Teddy que fez.
As músicas e os arranjos foram todos feitos por mim e pela minha banda aqui no Brasil
05.
E como foi a experiência de ator?
Ah, esse negócio de ator é muito difícil (risos).
06.
Mesmo interpretando você mesmo...
Eu tenho uma dificuldade como artista.
Para mim é muito difícil quando preparam um roteiro para o meu show com falas programadas etc.
Eu sou sempre eu mesmo e acho difícil essa coisa de interpretar, de ser outra pessoa. E o ator é outra pessoa.
Eu tenho uma dificuldade como artista. Para mim é muito difícil quando preparam um roteiro para o meu show com falas programadas etc.
07.
Então, os espectadores não verão o Martinho na telona novamente...
Não sei. Eu e Teddy estamos torcendo pelo sucesso desse filme e temos outros projetos em mente, na área de dramaturgia.
Mas primeiro aguardamos o resultado desse longa, que gravamos em dois anos e meio.
08.
Qual a importância desse filme para a imagem do Brasil?
Este é um filme que fala de brasileiros que querem subir, que se aventuram. Um filme inédito, que não tem favelas. É um filme que mostra um Brasil fora do Brasil.
Um filme inédito, que não tem favelas. É um filme que mostra um Brasil fora do Brasil.
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