O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, garantiu numa mensagem ao país que tudo fará para evitar a queda das instituições do Estado e que não tem medo de deixar o Governo.Numa mensagem gravada para a televisão timorense, divulgada apenas em tétum, Xanana Gusmão salienta que "o Estado corria o risco de cair" e que não permitiria que isso acontecesse."Enquanto vivo, não hei-de permitir. Seja um grupo armado ou um grupo político, eu estou aqui", afirmou. Xanana Gusmão referiu também que prosseguem as operações para capturar os autores dos ataques do passado dia 11 de Fevereiro, tendo até agora sido detidos quatro suspeitos.Numa altura em que os boatos correm céleres, seja no sentido de acusarem Xanana de conivência nos ataques a Ramos-Horta, ou sobre a captura de Gastão Sasinha, Timor recebeu o apoio do Parlamento Europeu e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.No terreno estão, entre investigadores de várias origens, elementos do FBI que procuram saber o que se passou, sobretudo porque sucedem-se as informações contraditórias sobre a participação do grupo de Alfredo Reinado.Entretanto, o ex-ministro dos Recursos Naturais e deputado da Fretilin, José Teixeira, disse que agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) o levaram da sua residência para o quartel-general da Polícia "sem nenhum mandado".
"Não tinham mandado nem conseguiram explicar, quando chegámos ao quartel-general, o que pretendiam de mim, para além de dizer que alguém precisava de me fazer umas perguntas porque eu era acusado de conspiração", explicou o ex-ministro.O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou que este episódio "é uma acção de perseguição e intimidação escudada no estado de sítio", decretado na sequência do duplo ataque contra o presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.Ontem, o ministro português da Administração Interna, Rui Pereira, afirmou que "há possibilidade" de reforçar o contingente da GNR em Timor-Leste "desde que essa seja a vontade política", acrescentando que "é prematuro estar a falar nesse cenário porque não existe nenhuma ponderação feita sobre o assunto".
Amanhã o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai voltar a discutir uma proposta do secretário-geral, Ban Ki-moon, para a prorrogação do mandato da missão da ONU em Timor-Leste, UNMIT, por mais um ano.
jn.sapo.pt/2008/02/20/mundo/xanana_garante_nao_deixara_derrotar_.html
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