Estou sozinho em meu jardim sem cores,
E ainda que eu tenha mágoas, bem guardadas,
Cuido dessas roseiras desmaiadas
Que em meu canteiro nunca abriram flores.
Tais quais receosas almas delicadas
Elas se encolhem, sobre seus temores,
E abortam seus rebentos nas ramadas
Enquanto vão morrendo em suas dores...
Quantas almas que por serem assim,
Como essas tristes plantas no jardim,
Calam-se a olhar o nada... tão descrentes...
Feito as minhas roseiras dolorosas
Que só olham para a vida, indiferentes,
E não me dão espinhos e nem rosas.
José Antonio Jacob
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